"Safe cities", uma longa história
Vivermos juntos também é, basicamente, falando de política, sobre a nossa capacidade de organizar uma vida comum.
Na base da ciência política ou da filosofia, Hobbes lembra-nos que o desenvolvimento do Estado está ligado à necessidade de segurança, porque no estado natural “o homem é um lobo para o homem”, ou seja, o homem é o pior inimigo de seu semelhante.
Com a evolução das sociedades liberais, as quais evocam sentimentos de facilidade e tranquilidade em termos de movimento de pessoas e materiais, a manutenção das condições de segurança persiste como um grande obstáculo. Portanto, não é surpresa que a "Smart City" esteja se desenvolvendo eficientemente em relação à proteção de nossas áreas públicas. Nós estamos, por conseguinte, vendo uma proliferação de iniciativas, tanto locais quanto nacionais, sobre este tema:
- Barcelona, onde câmeras permitem um monitoramento diverso, do trânsito, à segurança ou à coleta de lixo.
- Singapura, umas das cidades mais avançadas em sistemas de vigilância no mundo.
- Nice, que tem o maior número de câmeras de segurança per capita da França,
- Nova York, que tem implantado um sistema de vigilância em tempo real, utilizando dados de câmeras e sensores.
Este crescimento não ocorre sem o surgimento de debates éticos. As possibilidades oferecidas pela tecnologia digital (drones, câmeras, reconhecimento facial, IoT, IA, etc.) são provavelmente infinitas. Entretanto, o nível de aceitação dos cidadãos não é tão flexível: até que ponto estamos dispostos a limitar a nossa liberdade e anonimato numa região, para que possamos viver em segurança nela?
A Egis está envolvida nestas questões mundialmente, especialmente relativo à garantia de infraestruturas de mobilidade, bem como no controle de estacionamentos, sendo a segurança um objetivo mais ou menos secundário ou declarado nos dispositivos que implementamos. Notamos que a aceitação e a capacidade de aplicação das tecnologias listadas variam de país a país.
É uma longa história (de amor?) entre a cidade e a segurança. A forma e as funcionalidades das cidades historicamente dependem de como reagem às questões de segurança: os muros de proteção das cidades medievais, as grandes avenidas para fácil passagem da polícia ou de militares nas cidades modernas…
Hoje, o desenvolvimento baseado na separação de fluxos e usos, continua sendo uma norma que facilita o controle, e as câmeras são agora onipresentes no espaço urbano. Tornando possível monitorar e até gerenciar o trânsito, coordenado e monitorado por centros de controle. Drones, por exemplo, poderiam reforçar este sistema no futuro.
Provendo segurança e, portanto, uma das funções primárias de qualquer cidade, sua soberania em todo o seu território. Este fator também influencia diretamente na atratividade das cidades para investidores e turistas. Graças às novas tecnologias, esta função está se tornando mais difundida e está em constante desenvolvimento.